quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Behind the Scenes: capítulo 2 - "Substituto?"

Narrado por Abigail Dawes.

Tirei minhas roupas e vesti-me com meu habitual maiô roxo. Enrolei meus pulsos com faixas para que não houvessem feridas ao usar quaisquer dos aparelhos do ginásio. Ao terminar de me trocar, devolvi meus pertences à minha mochila e a guardei dentro de meu armário. Segui até o tablado, onde iria começar com os alongamentos.

(...)

Terminados os exercícios para alongar o corpo e evitar possíveis lesões, comecei com as barras assimétricas. Joguei um pouco de talco nas mãos e, com um pequeno salto, agarrei a barra menor.

Impulsionei meu corpo e parei de ponta a cabeça, logo depois "amoleci", deixando com que meu corpo virasse para o lado oposto. Com mais uma impulsão, realizei dois giros de quadris para trás, seguidos de uma parada de mão. Mais dois giros gigantes e fiz um Diamidov, virando-me e indo para a barra superior com um salto pak. Na barra mais alta, fiz alguns movimentos da sequência anterior na barra menor e, logo depois, usei um Tkachev para virar meu corpo.

Retornei à barra menor e fiz os mesmos movimentos e, antes de ir para a barra superior terminar a sequência, parei com o corpo totalmente ereto e de ponta a cabeça. Deixei com que meu corpo tombasse para trás e, com um giro de quadris para trás e uma parada de mão, resolvi mudar de barra. No momento do salto pak, minhas mãos escorregaram e eu levei um belíssimo tombo. Puta que pariu, que droga.

— O que aconteceu dessa vez, Dawes? — Robert disse, virando sua atenção para mim.

— Não começa a pegar no meu pé, minhas mãos apenas escorregaram da barra, ok? — resmuguei, revirando os olhos e me sentando no colchão.

— Isso não aconteceria se...

— Robert, enquanto você vem com seus sermões pra me encher o saco, Alyssa leva o quinto tombo da trave — sorri, debochada.

— Não pense que eu vou deixar de dar alertas pra você, Abbie. Desse ginásio, você é uma das poucas que eu acredito que terá um futuro promissor nessa modalidade — me olhou sério e foi até onde Alyssa tentava fazer um avião sem ao menos se esborrachar no chão.

Levantei-me e segui para a barra fixa. Era um aparelho usado na categoria masculina, mas eu costumava usar ela para ter um melhor desempenho nas barras assimétricas. Geralmente, eu costumava usar os aparelhos masculinos pra ter uma melhor resistencia nas provas da categoria feminina. Mesmo eu não tendo competido muito, eu sabia que, nos torneios de ginástica, haviam muitas garotas boas. Eu tinha que admitir isso. E para que eu conseguisse, pelo menos, chegar nas regionais, eu tinha que treinar pesado. Bem pesado. Era cansativo, mas era meu sonho. Ganhar a medalha de ouro em uma Olímpiada e honrar meu país. Esse era meu sonho.

Joguei mais talco nas palmas das mãos e respirei fundo, antes de me impulsionar na barra e tentar fazer um pouco de tudo o que eu tinha aprendido.

(...)

Por volta das 4 da tarde, as outras meninas foram liberadas, restando apenas eu e alguns garotos. Com um flic-flac no ínicio, subi na trave. Uma, duas três seladas, seguidas de um avião e um mortal simples. Saltei com uma abertura e meus pés encontraram a superfície da trave. Em minha cabeça, Fancy tocava e eu seguia minha sequência conforme a música. Movi os quadris e fiz mais uma selada, mudando em seguida para a formação de um avião, girando em torno de meu próprio corpo. Girei, em um mortal, e aterrissei na trave com os joelhos flexionados. Meus membros moviam-se de acordo com a música imaginária, que tocava a todo vapor em minha mente. Fiz mais três seladas, saindo da trave com um tsukahara. E graças a Deus não me esborrachei no colchão, o que me fez pular de felicidade.

Fiz a minha famosa dancinha da vitória e fui interrompida por uma risada alta, vindo de trás de mim.

— Parabéns, Abbie — Robert felicitou.

— Valeu, Rob — abracei-o, sorrindo.

— Mas continuo a te dizer para ser mais sutil com seus movimentos. Não é porque acertou essa sequência que deve ignorar meus conselhos — ele disse, com a feição séria.

Bufei.

— Ah não, Robert. Pelo amor de Deus, não comece com seus monólogos intermináveis — revirei os olhos.

— Vem comigo — me puxou até as barras paralelas.

Ele tirou sua camisa e jogou talco nas mãos, apoiando as mãos nas barras e se movendo sobre elas apenas com o apoio das mãos.

— Isso é ser sutil, observe — ele disse, movendo seu corpo delicadamente.

— EI, ROBERT! — Jake, da equipe masculina, gritou, desconcentrando Robert.

Rob, que estava completamente concentrado em seus movimentos sobre as barras, assustou-se, caindo de mau jeito no chão. Ele gemeu de dor, pressionando uma das mãos na altura das costelas.

— Ai, meu Deus. Rob, você está bem? — questionei, preocupada, me prostrando ao seu lado — Viu o que você fez, seu idiota? — gritei para Jake, que agora estava me ajudando a levantar Robert.

— Me desculpa, tá bom? Eu não sabia que ele ia se esborrachar no chão — defendeu-se.

— Ok — suspirei — Você tá de carro, né? Precisamos levar ele pro hospital urgentemente, olha o estado em que ele está — disse à Jake, enquanto caminhávamos até o estacionamento do ginásio.

— Calma, Abbie, você tá mais nervosa que o próprio Robert, e olhe que você nem está se contorcendo de dor como uma lagartixa com crise epilética — ironizou, desligando o alarme de seu carro.

— Cale a boca, Jacob, não tá vendo que o negócio é sério? O Robert tá agonizando e você tá fazendo piadinhas sem graça — coloquei Rob sutilmente sobre o banco do carro — Agora vai logo, Jake.

(...)

— Vocês estão com Robert Lorey? — um senhor de aparente meia-idade disse, vindo até mim e Jake.

— Sim. Como ele está? — perguntei, me levantando da cadeira.

— Seu estado é estável, mas houve algumas lesões um tanto quanto sérias na altura da bacia e do cóccix. Fora isso, ele está bem. Não corre riscos — disse o médico, olhando atentamente sua prancheta — Qual dos dois irá vê-lo primeiro?

Jake me olhou e pude compreender a permissão em seu olhar.

— Eu vou — disse.

— Me acompanhe, por favor, senhorita — disse o senhor, me guiando até o quarto onde Robert repousava.

Ao adentrar o quarto, deparei-me com um Robert totalmente imobilizado à cama. Pela sua cara, ele não estava muito contente com tudo, mas eu infelizmente não poderia fazer nada para mudar sua situação.

— Como se sente, Rob? — o surpreendi.

— Quer saber a verdade? — assenti — Sinto como se fosse um inválido.

— Você não é um inválido, Robert.

— Mas todos estão me tratando como se eu fosse um — disse e revirou os olhos.

— Nós não... — ele me interrompeu.

— Sim, vocês estão. Não aja como se não estivesse achando que eu ficarei preso à uma cama ou viverei o resto da minha vida dependendo da porra de uma cadeira de rodas — cuspiu as palavras, com a raiva explícita.

Engoli a saliva em minha boca com dificuladade, como se fossem pregos.

— Hã... Mas você vai se recuperar logo, não é? Os campeonatos já estão começando — perguntei, mudando de assunto repentinamente.

— Sinto muito, Abbie. Não acho que esteja recuperado para poder te treinar — lamentou.

— Mas...

— Eu posso te recomendar um ótimo treinador, que fará um trabalho tão bom e produtivo quanto o meu.

— Não será como você, Rob — choraminguei, o abraçando de mau jeito.

— Com o tempo você se acostuma, pequena Dawes — afagou meus cabelos — Amanhã mesmo Bieber já estará sendo seu treinador temporário.

— Espero que você se recupere logo, Rob. Vou sentir saudades — eu disse, me aninhando em Robert como um gato faz com seu dono.

— Pode deixar que eu vou retornar o mais rápido possível — beijou o topo de minha cabeça.

— Assim espero — fechando meus olhos.

(...)

Ao entrar no ginásio, já no dia seguinte, me deparei com um cara loiro virado de costas, observando os equipamentos do ginásio. Coloquei minha mochila num canto e me aproximei com calma.

— Hum, oi? Posso te ajudar? — questionei e o loiro virou-se para mim.

Oh, céus! Que espécie de anjo era aquele?

— Prazer, sou Justin Bieber. Vou ser o treinador de Abigail Dawes, sabe se ela já chegou? — olhou em volta.

Como? Esse Deus grego era meu novo treinador? Pelo visto esse seria um ótimo período sem o Robert.

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Hey, brothers! Como vão? Então, esse blog tá bem esquecidinho, né? Também acho. Ele já deve estar até com teias de aranha por causa da falta de uso. Pois é...
Admito que já tinha esse capítulo pronto faz tempo, but não tive tempo pra postar. Se não sabem - vão saber agora -, a deusa aqui tem milhões de fanfics para atualizar e uma oneshot importantíssima pra postar. Bom, eu faço parte de três blogs; esse, o RH (sigla de Radioactives Hearts), o meu e mais um de parceria. Também tenho uma fanfic no Spirit, porém não estou com tempo para atualizá-la. Estou me desdobrando para atualizar todas as minhas fics, porém nem sempre dá pra conciliar tudo e aqui sempre ficará mais atrasadinho que nos outros "sites". Enfim, era só isso. Beijo no cuzinho.

@tiobombril (me sigam porque estou necessidada de followers)