sábado, 19 de julho de 2014

Behind the Scenes: capítulo 1 - "Prologue."

Narrado por Abigail Dawes.

Ajustei as fitas em meus pulsos e joguei um pouco mais de talco nas palmas das mãos. Subi até a plataforma, arqueei o corpo, ergui meus braços e iniciei a corrida. Ao terminar os 25 metros de extensão da plataforma, pisei sobre o trampolim e meu corpo se impulsionou instantaneamente. Apoiei ambas as mãos na mesa e saltei sobre ela, com um tsukahara. Os movimentos estavam corretos e a sequência seria perfeita, se não fosse pelo belo tombo com a cara emprensada no colchão. Bufei e soquei o estofado, praguejando mentalmente.

— Você está bem, Dawes? — Robert, meu treinador e preparador físico, perguntou, me ajudando a levantar do chão.

— Estaria bem se não tivesse tomado esse maravilhoso tombo — ironizei, ficando de pé.

— Não reclame, quem estava fazendo movimentos brutos e mal pensados não era eu — cuspiu.

— Só fiz a sequência que aprendi com você, Robert.

— A sequência você realmente aprendeu comigo, mas essa brutalidade com os saltos, eu tenho certeza que não te ensinei — revirei os olhos — O que eu disse sobre ser sutil, Abbie?

— Não me venha com seus monólogos agora, Rob. Honestamente, não estou disposta a ouvir suas lições de como ser uma boa atleta — comecei a andar até meu armário.

— Tudo bem, tudo bem — suspirou — Por hoje você está liberada, mas esteja aqui amanhã às nove da manhã, sem atrasos.

— Mas, Rob, você sabe que eu moro no Brooklyn. Sabe bem do quanto demora de lá até aqui em Manhattan. E também sabe que o trânsito de Nova Iorque não é a melhor coisa durante a manhã.

— Acorde mais cedo — finalizou, me deixando ali.

— Filho da puta — xinguei, entredentes.

Chegando ao meu armário, peguei minha mochila com roupas e segui para o vestiário. Agora o ginásio estava vazio, eu era a única ali, além de Robert, mas ele só ia embora quando eu ia. No vestiário, tirei meu maiô roxo e vesti minhas roupas, calçando meus all stars, por fim. Coloquei todos os meus pertences dentro da mochila e joguei a mesma sobre os ombros, saindo do vestiário em passos calmos.

Uma vez fora do ginásio, procurei por um táxi vago. Quando encontrei um, fiz sinal para que parasse, mas o desgraçado me ignorou e continuou. Bufei, irritada. Esperei um pouco mais e, por sorte, quando fiz sinal, um táxi parou.

— Brooklyn, por favor — indiquei, encostando minhas costas no banco.

A viagem foi calma, mas, como sempre, demorada. Em frente ao meu prédio, entreguei as cédulas de dólar ao taxista e saí do automóvel. Adentrei meu tão conhecido prédio, cumprimentei o velho Mackenzie com um aceno de cabeça e rumei às escadas. Pois é, nessa merda de prédio não tem elevador. Na verdade, até tinha, mas foi interditado porque estava totalmente precário.

— Mãe? Cheguei — avisei, abrindo a porta de casa.

— Como foi o treino hoje, meu amor? — perguntou, espreitando da cozinha.

— Foi bom, tirando alguns erros meus — joguei a mochila sobre o sofá e segui até a cozinha — O que tem pro jantar?

— Purê, ervilhas e frango — informou, lavando um prato.

— Não precisa lavar a louça, mãe. Deixa que eu faço isso pela senhora depois de jantarmos, ok? — tirei o prato de suas mãos, o colocando sobre a pia.

— Querida, eu não sou uma inválida — contestou.

— Mãe, não discute. A senhora sabe perfeitamente que, com diabetes não se brinca — ela revirou os olhos — Aliás, tomou sua insulina?

— Sim, mamãe — ironizou e rimos.

Mamãe colocou as panelas sobre nossa pequena e velha mesa e serviu-nos. Comi calmamente enquanto minha mãe falava sobre algo que me fazia rir. Éramos pobres, porém felicidade nunca nos faltava. Ao terminarmos o jantar, recolhi os pratos, copos e talheres sujos e joguei-os na pia. Iria lavá-los mais tarde.

Rumei ao banheiro, estava tão faminta que ainda nem havia tomado banho. Despi-me, adentrei o box e liguei o chuveiro, sentindo a água gelada ir relaxando todos os meus músculos. A ginástica me deixava cada vez mais exausta.

Eu treinava todo o final de semana, desde os 7 anos. Minha mãe era bailarina e, de alguma forma, isso me influenciou com a ginástica. Aos 12 anos, fiz minha primeira apresentação como ginasta e, devo dizer, que foi um fracasso total. Naquela época, meus grandes problemas eram com a trave e com as barras assimétricas, aparelhos que hoje domino com facilidade. Robert costuma dizer que, quanto mais treinar, mais rápido eu posso atingir a perfeição.

Terminei de enxaguar meu corpo coberto de espuma e saí do box, enrolando meu corpo na toalha que estava sobre a pia. Vesti minhas roupas íntimas, um casaco de moletom e um short de tecido leve. Joguei meu corpo cansado e adormeci, preparando-me fisicamente para o treino pesado de amanhã.

To be continued...

Alô, galera de cowboy! Alô, galera  de peão! Quem gosta de rodeio bate forte com a mão! Tudo bem com vocês? Eu tô ótima, graças à Deus.
Bom, cheguei com o primeiro capítulo/prólogo/epígrafe/prefácio/preâmbulo/porra toda. Espero que gostem dessa fanfic, pois o trabalho que estou tendo pra escrevê-la é uma coisa surreal. Pior que eu ou com tanta dificuldade quanto, é só a pobre da Dri. Pobre nada, quem mandou escolher assunto difícil pra escrever? Aí fica toda-toda quando não consegue escrever cena de luta (spoilerzinho do mal). Mas eu também estou me fodendo e me contorcendo pra escrever as sequências de saltos de uma ginasta.
Enfim, enfim, enfim. Sei que ninguém tá lendo essa desgraça, mas logo, logo - se Deus quiser - conseguiremos leitores tão maravilhosos quanto eu. Enfim, beijos no cuzinho enrugado de vocês. Até sábado que vem!

Atenciosa e maravilhosamente, tiobombril.

Nenhum comentário:

Postar um comentário